Mais uma adaptação de um livro infanto-juvenil pós-apocalíptico, com a promissora participação de Peter Jackson na produção, o filme termina sendo pouco mais do que promissor. Visualmente é um espetáculo fantástico e provavelmente a melhor apresentação de um cenário de inspiração steampunk nos cinemas até hoje, mas a história fica só na promessa. Queremos entender as coisas melhor, conhecer melhor os personagens, entender apropriadamente as relações entre eles e ver os lugares de que eles falam. Os livros devem ser maravilhosos, mas o filme não consegue nos apresentar muito deste mundo.
A história parece muito maior do que o filme pode contar em duas horas, e as revelações dos personagens passam com menos impacto do que poderiam ter se as coisas fossem trabalhadas com mais calma. O elenco é o maior responsável por ainda conseguirmos sentir algo pelos personagens, dando carisma e alguma profundidade a relações que são apresentadas as pressas.
O espetáculo visual e as pistas de que aquele universo tem muito mais caldo do que dá para ver no filme fazem a gente querer que a franquia tenha mais chances nos cinemas além deste filme, mas próximas apresentações — se vierem, já que o filme não teve uma boa estreia nos Estados Unidos — precisam ser feitas com mais cuidado.