“- Tá certo – diz, balançando a cabeça. – Certo. Não vou transar com você, Lily Bloom.”
Boston. Durante bons anos de sua vida, viver em Boston foi tudo que Lily Bloom desejou, e agora havia realizado esse desejo. Era nisso que a jovem pensava, enquanto admirava a vista de cima de um parapeito, logo depois de ter arruinado o discurso fúnebre de seu odiado pai. Naquele momento, ela imaginou que tudo pudesse acontecer, menos que aquele homem misterioso que apareceu fumando maconha e chutando cadeiras seria seu próximo amor, mas também sua ruína.
Ryle Kincaid é atraente, neurocirurgião e mexe com Lily desde o primeiro instante, por isso, e por achar que ela nunca mais o veria, ela conta alguns de seus segredos, mas não imagina que o destino e o tempo farão de tudo para juntá-los novamente. Finalmente realizando seu sonho de abrir a própria floricultura diversificada, Lily não consegue esconder seu espanto e animação ao descobrir que sua primeira funcionária é irmã de Ryle, que não vê a 6 meses. Após tantos pedidos e insistências do mesmo, ela decide que dará uma chance ao belo médico, mas na mesma noite, um reencontro inesperado com alguém que amou no passado (e talvez ainda ame) pode arruinar todas as suas chances de seguir sua vida agora.
Tudo segue bem na vida do novo casal, e Lily se vê a cada dia mais feliz e realizada, se sentindo parte da família de Ryle, tendo uma ótima relação com sua mãe, de quem passou muito tempo afastada, e com seus negócios indo cada vez melhor. Mas a presença de Atlas na mesma cidade que ela, traz uma grande influência nas raras brigas do casal, e Lily teme que Ryle não seja quem ela imagina, e que ela se renda a um medo que a ronda desde que era criança. Nem tudo que julgamos saber, realmente entendemos, e Lily teme descobrir isso da pior forma possível, vivendo aquilo que ela sempre julgou.
“Eu o odeio. No momento, eu o odeio mais do que jamais odiei meu pai. Porém, minha preocupação com sua carreira ainda consegue partir meu ódio ao meio. Quando percebo isso, eu me odeio tanto quanto o odeio.”
Colleen sempre consegue nos chocar com suas histórias, ela não escreve sobre romances que possam nos distrair da vida real, o que muitos procuram quando pegam um livro, ela nos tira da realidade nos mostrando os maiores horrores da vida, aqueles do qual estamos fugindo. Já li sobre estupro familiar em seus livros, sobre morte, abandono e até sobre a vida de deficientes auditivos, e dessa vez li sobre violência doméstica. Foi, posso afirmar, o livro mais pesado que li da autora. Eu me apaixonei de cara (como sempre) por todos os personagens da história, como viram, temos 3 principais, e no desenrolar dela eu ri (sim, apesar de tudo, a diversão nunca está em falta), chorei (litros), e dei pausas, eu precisei dar pausas para digerir a leitura, o acontecimento, as ações, eu dei uma pausa para me recuperar das cenas e pensamentos que espero nunca ter de passar, e queria que nenhuma outra mulher tivesse que passar por isso também.
Focando agora nas partes mais leves dessa incrível história, posso afirmar a vocês que estou completamente apaixonada por dois personagens secundários que merecem um livro só deles, Allysa e Marshall, eu amo vocês, Colleen, não deixe eles serem secundários para sempre. E você? Leia essa história sem medo da realidade, você irá se apaixonar, se revoltar e perceber coisas, que talvez nunca pudesse enxergar. Além de tudo, no final, a Colleen nos conta um segredo que tenho certeza que guardou por muito tempo. Para todos que me conhecem, sabem o quanto sou fã, mas depois de ver o quão corajosa ela foi, em se abrir para milhares de leitores, eu a admiro milhões de vezes mais, e espero que continue sempre me surpreendendo.
“- Pode parar de nadar agora, Lily. Finalmente chegamos à costa.”