A história da origem do Batman é uma das mais contadas nos quadrinhos. Sendo assim, os detalhes não mudam muito de história pra história:
um jovem Bruce Wayne presenciando o assassinato de seus pais. Mudanças nos detalhes abrangem apenas coisas superficiais, como o nome do atirador
ou se o pai de Bruce revidou ao assalto, coisas assim.
Em Batman nº 12 (DC Universe Rebirth Batman #12), a coisa muda.
Alerta de Spoilers: se você ainda não leu Batman nº 12, prepare-se para levar um tortada de spoilers bem na cara. Você foi avisado.
No arco de história “I Am Sucide” escrito por Tom King, Batman se encontra sozinho e traído pela Mulher-Gato (Selina Kyle), parte da equipe
improvisada que ele montou para resgatar o Pirata Psíquico do quartel general de Bane. Na última edição, testemunhamos os pensamentos da Mulher-
Gato, nesta edição é a vez de vermos os pensamentos de Batman, ao lermos sua narrativa de todos os percalços até chegarem à localização de Bane.
Muitas coisas são reveladas durante sua jornada, como seu pai e sua mãe eram “classicamente discretos e classicamente gentis“, mas também eram
capazes de boas gargalhadas quando viam algo incrivelmente ridículo. Vestir-se como um morcego e combate ao crime? Sim, isso se enquadra. Bruce
reconhece o quão incomum todo isso é, especialmente quando o mundo é salvo por uma criança aterrorizada que usa uma máscara.
Não. Bem lá em cima, olhando para nós. Tentando nos salvar. Lá está o garoto. Aquele é o riquinho cujo mamãe e papai levaram chumbo. E, ao invés de
chorar por eles apropriadamente, ele se ajoelhou e fez um juramento.
Bruce continua a se lembrar do passado.
Eu tinha dez anos. Eu peguei uma das navalhas do meu pai e me ajoelhei. Eu pus o metal no meu pulso. A lâmina cortou fria. O sangue em minha mão.
E eu olhei pra cima. Para mamãe e papai. Eu sinto muito.
Há mais coisas nessa história, mas o fato que em “I Am Sucide” se refere ao ponto em que Bruce se tornou Batman é uma grande revelação. Aquele momento foi o catalisador para a morte de Bruce Wayne, não para o momento da morte de seus pais, o que se assumia em todos esses anos.
E vem em um momento de reflexão para Bruce, e faz muito sentido que ele, ao menos, tenha pensado nisso naquele momento. Seu mundo desabou ao seu redor num piscar de olhos, e ele estava impotente para impedir. Milhões de pessoas lidam com pensamentos de suicídio ou são impactados por isso, e ter alguém como Batman revelando que passou por isso, esse lado tão pessoal a eles, traz a simpatia daqueles que reconhecem o mesmo conflito. É um ângulo fascinante do personagem, e King nos entregou uma história impecável.
Vale a pena ler a história completa. Por enquanto, Batman nº 12 sairá apenas no mercado americano, mas dentro de algum tempo teremos a revista nas nossas bancas. Dê uma olhada nas imagens de algumas páginas.