A “abstinência” de cinema foi tanta… que não pude me conter e fui ver a lenda que finalmente viu a luz no final do túnel “OS NOVOS MUTANTES”. Só que essa “luz” era o trem… passou por cima e atropelou todas as expectativas.
Depois de três anos de marketing e jogado no limbo- afinal, o primeiro trailer que recebemos de Os Novos Mutantes veio em outubro de 2017 -, parece até “piada” compartilhar a trama. Pois o filme é aquele típico caso que “o trailler” embalado com a música “THE WALL” do Pink Floyd ao fundo… dava um tom sombrio, dark e agora sei que era bem melhor que o próprio filme na íntegra.
Não há como explicar a “estratégia” da toda poderosa Disney de lançar Os Novos Mutantes no cinema (?). Principalmente depois de tantos adiamentos e cancelamentos de estreia… e lançou “MULAN”, direto no streaming. Deveria ser o contrário!
É fato que ela é a “dona da porra toda”, e de mais da metade do universo cinematográfico, rivalizando com Thanos… onde a única diferença é que Thanos dizimou metade do universo em “Guerra Infinita”.
Mas… como a casa do Mickey não tinha mais nada de “interessante” pra lançar durante a pandemia… e também não queria deixar a Warner reinar absoluta com o seu mega sucesso épico TENET “mais uma obra-prima do Nolan”, que inevitavelmente já entrou e ficou marcado na história do cinema como: “O BLOCKBUSTER DA PANDEMIA”, superando a marcar dos 300 milhões de dólares mundiais. Os Novos Mutantes inevitavelmente ficará, no ano da Covid-19, como o marco do questionamento “será que vale a pena ir ao cinema para ver isso?”
Quem não leu as HQs dos X-Men nos anos 1980, porém, talvez fique perdido diante do longa que não tem X-Men populares como Charles, Magneto, Wolverine, Jean Grey, Ciclope ou Tempestade na sua formação.
Os Novos Mutantes conta a história de cinco adolescentes totalmente e completamente deslocados, internados em uma instituição que supostamente os ajuda a “controlar” seus poderes. Nem os talentos de Anya Taylor-Joy de “A BRUXA”, Alice Braga de “CIDADE DE DEUS” e Maisie Williams de “GAME OF THRONES” conseguem salvar o filme.
Vamos ver quem é quem no filme:
*Danielle Moonstar “Dani” ou MIRAGEM (Blu Hunt), é de longe a mais poderosa do grupo, tem um urso místico a qual se apoia trama do filme e já fez parte das Valkirias de Asgard.
*Rahne ou LUPINA (Maisie Williams), é órfã e foi criada por um reverendo abusivo (que descobriu ser seu pai). Cresceu com influência religiosa, o que a coloca em conflito consigo mesma. Ela tem o poder de se transformar num lobo com sentidos humanos.
*Illyana ou MAGIA (Anya Taylor-Joy), Illyana Rasputin surgiu em 1975 como a irmã caçula do X-MEN Colossus, sua persona foi desenvolvida a partir das HQs de New Mutants nos anos 1980. Ela foi parar numa dimensão paranormal “Limbo” onde envelheceu 7 anos, e desenvolveu seus poderes.
*Roberto “Beto” ou MANCHA SOLAR (Henry Zaga), Filho de um brasileiro milionário com uma arqueóloga americana, Roberto da Costa é o principal personagem brasileiro dos quadrinhos de Marvel. Seus poderes é absorver energia da luz solar. (o filme ignora o “Bobby” das HQs e usa um apelido aportuguesado)
*Sam ou MÍSSIL (Charlie Heaton), seu poder
é gerar combustão por sua pele e voar numa velocidade comparável à de um jato supersônico. Nas HQ’s torna-se naturalmente líder dos Novos Mutantes ao lado de Miragem, desenvolve uma amizade com Mancha Solar.
*Dra. Cecília Reyes (Alice Braga), estreia nos quadrinhos na X-Men #65, em 1997. A médica de origem porto-riquenha tem a habilidade de gerar um bio-campo de psicoplasma invisível ao redor do corpo, ativado por sensação de perigo. Reyes além dos X-Men fez parte também dos Novos Mutantes e Arma X.
O diretor e roteirista Josh Boone do ótimo “A CULPA É DAS ESTRELAS”, errou a mão feio ao tentar adaptar o vasto e rico materia dos das HQs dos novos mutantes para o cinema. Melhor voltar as adaptações de livros. Pois não conseguiu criar “arcos” no filme, que pelo menos o tornasse interessante. Pior ainda é que não existe sintonia ou química alguma dos personagens entre si e do grupo como um todo. O máximo que conseguimos ver como ponto positivo é a relação “homoafetiva” entre Dani “Miragem,” e Rahne “lupina”. E só!
Com efeitos especiais são pra lá de preguiçosos, o filme não ajuda nem nesse quesito.
Fico imaginando e sonhando com essa material e filme nas mãos do diretor Matthew Vaughn, responsável pelo “prequel” X-MEN – PRIMEIRA CLASSE e KICK-ASS… com certeza seria uma obra a altura dos quadrinhos, e a assim a FOX teria chance de fechar seu ciclo de ouro e encerrar suas atividades com um filmaço. Pois os novos mutantes foi o último filme produzido pelo estúdio, trazendo a marca e legados os X-MEN, antes de ser vendida e desmontada pela Disney.
VIDA LONGA AOS X-MEN, VIDA LONGA AOS NOVOS MUTANTES.
CRÍTICA POR WELL CHAGAS