Adelina Amoteru é uma sobrevivente. Quando ainda era criança, a febre do sangue arrasou sua nação, matando várias pessoas, entre elas a sua mãe. Aqueles que resistiram à força arrasadora da doença, ficaram com marcas físicas. Adelina que antes possua cabelos negros, passou a ter fios prateados e no lugar do seu olho esquerdo… uma cicatriz.
Os que sobreviveram à doença começaram a ser considerados amaldiçoados pelos deuses, levando as pessoas a acreditar que traziam consigo desonra para a família e ruína para suas fortunas, recebendo então o nome de malfettos.
Haviam boatos que alguns malfettos tinham algo a mais que apenas cicatrizes, que alguns possuíam dons especiais, eles eram chamados de Jovens de Elite e seus nomes eram temidos por todo o reino. O pai de Adelina era abusivo, a achava um fardo e fazia de tudo para que ela despertasse algum poder, que mostrasse ser uma Jovem de Elite, ao seu ponto de vista, se ela pelo menos tivesse poderes, não seria tão inútil.
Assim que Adelina descobre os planos do pai de a vender a um comerciante para poder quitar suas dívidas e se livrar do fardo de ter uma malfetto em seu teto, ela decide fugir e encontrar seu próprio caminho.
O que não esperava era que algo tão estranho fosse acontecer. Um poder que não pertence a esse mundo despertou, uma combinação extremamente perigosa e isso levou nossa protagonista direto para as garras de Teren Santoro, o líder da Inquisição, que tem caçado os Jovens de Elite à um bom tempo.
O pequeno espetáculo trágico de Adelina despertou o interesse de Enzo e dos Punhais, que heroicamente apareceram em sua execução para liberta-la da sentença dada por Teren.
Tudo o que Adelina tinha para se agarrar era acreditar que a Sociedade dos Punhais (a fação dos Jovens de Elite) era um lugar seguro e amigável e que Teren era o inimigo. Mas quando falamos de bem e mal, as linhas são bem mais tênues do que pensamos.
Duvido que você consiga descobrir o final da história tão fácil como fazemos com histórias clichês, Marie Lu surpreendentemente soube deixar o leitor no meio na neblina, sem conseguir enxergar nada além de um palmo à sua frente.
A única coisa que considero uma decepção foi a protagonista Adelina, a autora disse que essa não seria uma história aonde o protagonista seria o mocinho, mas sim a vilã, e convenhamos, embora Adelina tenho um ótimo potencial para assumir tal cargo, muita coisa tem que mudar. Se existiu um vilão nesse livro (que fica algo meio complexo de se afirmar), não foi ela.
A narrativa é maravilhosa, a história inovadora, os personagens são cativantes e você não tem noção do final até ele ter realmente chegado. Se está atrás de altas reviravoltas e de surpresas, eis um ótimo livro para se ler e refletir sobre os seus próprios monstros interiores.