No dia 02 de junho, Tekken 7 chega oficialmente ao PlayStation 4, Xbox One e PC. Entretanto, lá no Japão, nossos amigos de nipônicos já estão aproveitando o game há algum tempo. Por lá, a nova saga da família Mishima está disponível em arcades desde março de 2015. Qual seria o motivo de Tekken 7 ter demorado tanto para ir para os consoles e PC?
Em entrevista realizada na semana passada em um evento de imprensa organizado pela Bandai Namco, o produtor principal da série, Katsuhiro Harada, e o designer sênior Michael Murray – que traduziu as respostas de Harada para o inglês – dão a resposta, falam sobre as novidades do jogo, o estado da franquia e mais.
Por quê Tekken 7 demorou tanto pra chegar em consoles?
Muita gente esquece que as raízes de jogar era ter alguns jogos saindo nos arcades primeiro e depois chegando aos consoles. Antigamente, nem todos os jogos eram portados e, quando isso acontecia, levava pelo menos seis meses, e normalmente levava de dois a três anos. Hoje em dia, nem todo jogo pode se dar ao luxo de ter versões para consoles, mas como Tekken é muito popular, nós podemos fazer isso, continuar essa tradição. Infelizmente, poucos lugares fora do Japão e da Ásia não tem fliperamas, e por isso nem todos tiveram a oportunidade de jogar o game ainda. O fato de esse tipo de experiência ser algo raro no Ocidente nos entristece. E, mesmo que o jogo tivesse apenas a versão de console, isso não significa que o lançamento teria acontecido dois anos mais cedo. Não funciona assim. Quando desenvolvemos um jogo, há muito mais conteúdo nos consoles do que na versão de arcade. Mesmo que o jogo não tenha versão de arcade, o lançamento demora, justamente por essa diferença de conteúdo.
É interessante vocês mencionarem essa diferença entre o lançamento de uma versão de arcade para o console, algo que experimentávamos nos anos 1990 com jogos como Tekken 3, por exemplo. Por quê vocês acham que a cultura dos fliperamas permanece popular no Japão, mesmo após praticamente desaparecer no restante do mundo?
É difícil dizer. Poderia ser uma diferença cultural, e no modo em que vivemos. Você tem esses centros urbanos largos, no qual as pessoas tomam o trem para ir a qualquer lugar. A população é mais condensada, e por isso deve ser mais fácil ir para um arcade caminhando. Nos EUA, ou até mesmo aqui, você precisa pegar um carro para ir a um fliperama se quiser. Isso dificulta um pouco em relação ao Japão, onde você pode andar por 3 minutos e chegar a um fliperama.
Tekken sempre foi centrado na história da família Mishima, mas só agora a esposa de Heihachi, Kazumi, aparece como personagem. Por quê ela demorou tanto tempo para aparecer?
Kazumi já havia aparecido na história em jogos anteriores, apesar de não aparecer como personagem. E não é como se não quiséssemos apresentá-la antes. Após, Tekken 6, tivemos Tekken Tag Tournament 2 e Tekken Revolution e, quando nos demos conta, sete anos já haviam se passado! (risos).
Jogos de luta têm se inspirado em um estilo de contar histórias bem particular, com modos história elaborados. Isso influenciou Tekken 7 de alguma forma?
Na história dos jogos de luta, respeitamos o que empresas como Capcom e SNK fazem, mas, em relação á trama, Tekken é um dos primeiros jogos a levá-la em conta de uma forma mais contundente, como, por exemplo, nos encerramentos em CG de cada personagem ao terminar o modo arcade. É algo que fizemos primeiro. Além disso, nós sempre tentamos colocar interações entre personagens, até mesmo entre a batalha, ou outros modos mais voltados à história. Nós fomos um dos primeiros jogos a se importar com isso.
Para finalizar, qual seu personagem favorito de Tekken e por quê?
Harada: Para mim é Heihachi, porque ele tem uma personalidade tortuosa e a maneira que ele pensa leva muito em conta como ele pode se provar.
Murray: Para mim é Devil Jin. Têm sido interessante ver seu desenvolvimento, em um esforço para se afastar de seu pai e avô, ele acaba seguindo o mesmo caminho deles. E ele tem um poder avassalador, mas não consegue controlá-lo por completo.
Veja o trailer de Tekken 7: