CRÍTICA – PANTERA NEGRA

Um filme de super-heróis quase sempre não traz consigo nenhuma mensagem que questione os atuais contextos vividos pela humanidade, servindo geralmente apenas como um produto de entretenimento direcionado para os fãs daquele personagem, como também para o público que tem o cinema como uma ferramenta de escape da rotina e que procuram algo fácil de ser digerido, com bastante efeitos especiais e uma história de bem contra o mal. Pantera Negra, filme que nos insere no contexto histórico de personagem homônimo da Marvel cuja primeira aparição aconteceu em 1969, é muito mais que mais um filme de um futuro integrante dos Vingadores. É um manifesto político e cultural.

Décimo oitavo filme do Universo Cinematográfico Marvel, Pantera Negra está situado cronologicamente após Capitão América: Guerra Civil, e acontece simultaneamente a Homem-Aranha: De volta ao Lar e Thor: Ragnarok. Conhecemos nele Wakanda, uma nação constituída por cinco tribos que trazem elementos afrocêntricos e futuristas, com presença forte de cores tribais que remetem ao afro-punk. Ela é a nação com a tecnologia mais avançada do mundo (dentro da mitologia Marvel), que se fechou e apenas assistiu tudo o que acontecia ao seu redor, mantendo uma política isolacionista que é fortemente contestada durante todo o filme. Esse posicionamento fez com que a nação passasse despercebida por todos os outros países, deixando a certeza que a mesma não seja nada mais que um país africano de terceiro mundo povoado por agricultores.

As cenas de Wakanda são impactantes de tão belas. Com takes filmados na África do Sul, Uganda, Zâmbia e no lado argentino das Cataratas do Iguaçu, somos sempre surpreendidos por paisagens que casam com a paleta de cores empregada no longa, dando sempre a impressão que tudo não passa de CGI de tão lindo. Completam as locações, Coréia do Sul, que ganhou cenas de ação e a icônica cena de perseguição presente no trailer, e Atlanta, mesma cidade usada em Capitão América: Guerra Civil para trazer as cenas de discurso no parlamento da ONU.

Pantera Negra

Nosso protagonista, o Rei de Wakanda T’Challa (Chadwick Boseman) tem a sua volta a melhor combinação de aliados, ou melhor, aliadas. Em Pantera Negra, a presença heroica feminina é bastante e assertivamente empregada. Temos a força da líder das Dora Milaje, Okoye (Danai Gurira), temos a inteligência da Princesa Shuri (Letitia Wright) e a bravura e empatia da espiã Nakia (Lupita Nyong’o). Não esquecendo da rainha-mãe Ramonda (Angela Bassett), que é essencial para que determinados acontecimentos ocorram de forma positiva.

Pantera Negra

O vilão Erik Killmonger (Michael B. Jordan) apresenta uma motivação tão racional que nos leva a torcer pelo seu êxito em determinados momentos. Ele não é apenas um obstáculo a ser superado para trazer a paz ao mundo, mas sim, um contraponto pessoal que mexe com os valores que T’Challa julga como inabaláveis. Esse arco traz à tona questões como preconceito, representatividade e o tão atual debate sobre abertura de fronteiras que é comum acreditarmos que tudo é um grande recado para os grande líderes e não um filme de super-heróis.

O alivio cômico fica por conta do vilão Garra Sônica (Andy Serkis), o agente Everett K. Ross (Martin Freeman) e a Princesa Shuri. Ressaltando que o humor usado em Pantera Negra não é nem de longe semelhante ao que foi exaustivamente usado em Thor, mas sim, um humor pontual e que combina com todas as cenas que foi empregado.

Pantera Negra

Como nem tudo são flores, o uso abusivo de computação gráfica por vezes deixou cenas com um tom totalmente artificial além de não agregarem em nada na experiência do telespectador que opte em assistir o filme em sua versão 3D. Porém, para compensar, temos uma trilha sonora fantástica protagonizada pelo rapper Kendrick Lamar e que contém o melhor da música negra contemporânea.

Pantera Negra é o primeiro blockbuster do Universo Cinematográfico Marvel que traz um protagonista, um diretor (Ryan Coogler) e um predomínio de elenco negro e feminino. Em tempos onde muito se debate sobre representatividade esse é o melhor exemplo que Hollywood poderia deixar para o mundo.

Confira abaixo o trailer:

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