CRÍTICA – CROMOSSOMO 21

O que você faria se fosse impedido de amar? É em torno dessa filosófica e provocante pergunta que gira a história de uma garota com Down que se apaixona por um garoto, dito “normal”, e questiona pessoas a respeito de um casal “fora dos padrões”.

Cromossomo 21 tem sua trama roteirizada e dirigida pelo estreante Alex Duarte, que entrega ao público a doce Vitória (interpretada pela também estreante, Adriele Pelentir), uma garota simples que como todas as outras, estuda em uma faculdade, pratica natação e faz aulas de piano. Vitória é portadora de um cromossomo a mais — o que dá título ao filme — e assim é feito com que ela nascesse com síndrome de Down. Por uma investida do destino, ela cruza inusitadamente com o autêntico Afonso (interpretado pelo Luís Fernando Irgang), um garoto sem síndrome, que desperta um amor instantâneo em Vitória.

Ao decorrer da trama, o envolvimento das personagens principais — que pode ser visivelmente comparado ao clássico Romeu e Julieta, com todos os seus clichês e melodramas — é embatido por alguns familiares. Além da malévola Antônia, mãe do Afonso e interpretada pela Suzy Ayres, o ex-namorado de Vitória e a irmã de Afonso apresentam empecilhos e sabotagens que limitam o convívio do novo casal.

De modo geral, o roteiro traz questões positivamente ligadas a Vitória e sua capacidade de amar e de ser dona de sua própria vida. A interpretação e emoção da estreante pede licença e se destaca pelo simples fato de ser uma pessoa com deficiência interpretando uma personagem como tal — o que não acontece corriqueiramente. De longe toda sua desenvoltura e emoção junto à Deborah Finocchiaro, sua mãe na trama, podem ser consideradas, sem sombra de dúvidas, duas das personagens mais fortes.

A trilha sonora embala momento específicos do filme que retrata e intercala bem a letra das canções com as cenas apresentada e emoção dos personagens. As passagens de cena e tempo decorrente da história pode trazer um leve desconforto e impede a fluidez natural da narração. Segundo a direção, esses momentos são propositais para mostrar mais intensidade. O filme do início ao fim abraça a proposta independente e produção colaborativa. Mostra-se bastante próximo de uma narrativa documentária.

A ideia, inspiração e toda trajetória surgiu da amizade de Adriele e Alex Duarte. Em sua direção, Duarte — que ainda deve encarar um bom caminho em busca de um amadurecimento como cineasta — apresenta uma grande carga de sinceridade em seu primeiro longa. É inegável o teor didático e esclarecedor contido explicitamente durante todo o filme, funcionando assim, para todos os espectadores, como uma cartilha de cunho politico e social em luta contra atitudes e discursos demasiadamente preconceituosos contra os portadores do Down.

Share Article:

Sétima Cabine

Writer & Blogger

Considered an invitation do introduced sufficient understood instrument it. Of decisively friendship in as collecting at. No affixed be husband ye females brother garrets proceed. Least child who seven happy yet balls young. Discovery sweetness principle discourse shameless bed one excellent. Sentiments of surrounded friendship dispatched connection is he. Me or produce besides hastily up as pleased. 

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

You May Also Like:

Edit Template

Trending Posts

About

Appetite no humoured returned informed. Possession so comparison inquietude he he conviction no decisively.

Tags

Recent Post

  • All Post
  • Beauty
  • Cinema
  • Colunas
  • English Text
  • Games
  • Lifestyle
  • Livros
  • Photography
  • Sem Categoria
  • Séries
  • Travel
    •   Back
    • Notícias
    • Análises
    • Listas
    •   Back
    • Críticas
    • Notícias
    • Listas
    •   Back
    • Entrevistas
    • Social
    • Especial Dublês
    • Premiações
    •   Back
    • Resenhas
    • Notícias
    • Listas

© 2023 Created with Royal Elementor Addons