CRÍTICA – MULHER-MARAVILHA

A personagem foi a melhor coisa em Superman vs. Batman, e a guitarra de seu tema ecoa nas nossas mentes até agora. Mas diante da sucessão de decepções da DC no cinema após a trilogia de Nolan mesmo os mais otimistas de nós estávamos com medo. Tivemos pré-estreias e cabines de imprensa, e chegou a hora de responder: Finalmente temos um grande filme de Super-heróis da DC? Bem é uma melhora inegável, mas parece ter alcançado um nível padrão que a concorrente maior, a Marvel, geralmente acerta, e vez ou outra ultrapassa. Ou seja, melhorou muito, mas ainda está devendo um pouco comparado com alguns componentes.

É um bom filme. Bem montado, não se perde na exaltação de momentos, esquecendo de ter uma história coerente conectando suas grandes cenas de impacto como outros filmes do universo DC. O roteiro tem algumas falhas mas, independente dos escorregões, entrega uma boa história, com inicio meio e fim, com ações que tem consequências concretas, com uma concreta mudança na personagem do começo do filme para o final do filme.

O maior pecado do filme é seu (suposto?) antagonista. A ideia é boa, bem construída, mas não casa completamente com o arco da personagem — ou, para casar com o arco da personagem, termina enfraquecendo o personagem do antagonista. E esse um pecado muito grande para ser perdoado. É um bom filme, mas não é um filmaço. Para ser um filmaço teriam que ter escolhido uma resolução melhor para o antagonista, e o confronto da Mulher Maravilha com ele.

Esteticamente, a DC ainda carrega o mesmo padrão. Escuro (mas nem tanto), com momentos de ação marcantes e câmeras lentas, mas o uso destes artifícios está mais esperto. As cenas de ação são fantásticas — em todos os sentidos da palavra. Elas trazem o elemento fantasia de uma tribo de amazonas isolada no tempo e no espaço que traz o aspecto super para os filmes de heróis de collant, e são muito bem executadas.

O trabalho de Gal Gadot na personagem principal convence, traz para as telas uma mulher maravilha carismática, e dá vida aos vários momentos de choque cultural entre a Princesa Amazona e o mundo dos homens do começo do século XX. A direção de Patty Jenkins é acertada, conduzindo bem a história e seus atores para entregar um filme que mostra pessoas desviando balas com as braceletes e sendo completamente criveis.

Que este filme marque o final dos tropeços da DC. O caminho é este, agora avancem.

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Vicente Marinho

Writer & Blogger

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